Uma investigação realizada por um comitê independente revelou que ex-diretores da Americanas utilizaram práticas fraudulentas para alterar resultados financeiros e adiar pagamentos a fornecedores. O escândalo veio à tona em janeiro de 2023, quando a empresa anunciou um rombo de R$ 25,3 bilhões. Desde então, cerca de 74 terabytes de dados e 1,2 milhão de documentos foram revisados, além de entrevistas com aproximadamente 250 funcionários, ex-funcionários e terceiros.
O relatório apontou que a Americanas forjou contratos de verba de propaganda cooperada (VPC) para melhorar seus resultados, e muitos desses contratos nunca foram pagos. Os VPCs são acordos entre varejistas e fornecedores que ajudam a reduzir custos, mas a investigação revelou que a empresa não tinha documentação suficiente para sustentar esses lançamentos e que alguns contratos datavam de 2016 e estavam vencidos sem pagamento.
O comitê constatou também que a empresa manipulava os resultados financeiros ao não considerar as deduções relacionadas aos VPCs forjados. E-mails trocados entre funcionários mostraram que existia um planejamento para mascarar esses contratos, que eram tratados como "VPC B" ou "carta fake".
Além disso, a Americanas buscou postergar seus pagamentos utilizando operações de risco sacado, uma estratégia que envolvia um banco, o fornecedor e a varejista, onde o banco pagava o fornecedor antecipadamente. A investigação identificou um total de 36 operações desse tipo entre 2008 e 2022.
Em resposta, a Americanas reafirmou que está comprometida em esclarecer os fatos e responsabilizar judicialmente todos os envolvidos na fraude.
Fonte: CNN Brasil
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