Embora a Coreia do Norte tenha um dos maiores efetivos militares do mundo, suas Forças Armadas tiveram pouca participação em conflitos reais desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953. No entanto, de acordo com o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, cerca de 8.000 soldados norte-coreanos chegaram recentemente à área de Kursk, na Rússia, próxima à fronteira com a Ucrânia, prontos para atuar em breve.
Blinken ressaltou em uma coletiva que, se essas tropas realmente participarem de combates ou ações de apoio na Ucrânia, elas se tornarão "alvos militares legítimos". As suspeitas sobre o envio de soldados norte-coreanos para auxiliar a Rússia geraram perguntas sobre o que a Coreia do Norte pode estar ganhando ao se envolver nesse conflito, especialmente em um momento de crescente tensão com a Coreia do Sul.
Analistas inicialmente especularam que Pyongyang busca ganhar experiência e oportunidades no campo militar. Contudo, uma recente declaração do ministro da Defesa sul-coreano, Kim Yong-hyun, sugere que os objetivos norte-coreanos podem ser mais concretos. Segundo ele, "é provável que a Coreia do Norte, em troca do envio de tropas, busque adquirir tecnologia avançada", incluindo tecnologia para armas nucleares táticas, melhoria de mísseis balísticos intercontinentais (ICBMs), satélites de reconhecimento e mísseis balísticos lançados de submarinos (SSBNs).
Kim acrescentou que o regime norte-coreano pode tentar modernizar seus equipamentos, muitos deles defasados. Segundo ele, essas possíveis aquisições tecnológicas poderiam aumentar significativamente o potencial de ameaça da Coreia do Norte para a segurança da Península Coreana.