Desde a mudança nas metas fiscais em abril, o mercado financeiro tem demonstrado preocupações contínuas em relação ao equilíbrio das contas públicas no Brasil. Esse cenário influenciou diretamente a forma como os títulos públicos estão sendo precificados, especialmente em um contexto onde a tendência anterior era de redução de juros. Agora, com o risco fiscal em evidência, os títulos têm refletido essa incerteza.
De acordo com especialistas, os títulos pós-fixados não são a melhor opção no atual ambiente de alta da taxa Selic. Em vez disso, há maior atratividade nos títulos prefixados e nos atrelados ao IPCA, que oferecem prêmios mais elevados. “Não vejo vantagem nos pós-fixados agora, pois os prefixados e os IPCA+ têm prêmios bem interessantes. O mercado continua apreensivo com a questão fiscal no Brasil”, explica um analista do setor.
Na última sexta-feira (20), os títulos prefixados estavam sendo negociados com um retorno superior a 12%, enquanto os títulos indexados ao IPCA ofereciam rendimentos de até 6,6%. O tempo em que essas oportunidades de investimento se manterão atrativas dependerá das ações do governo para lidar com o problema fiscal. Caso haja uma sinalização clara de controle nos gastos públicos, é provável que esses papéis continuem a ser boas opções.
No entanto, se não houver um compromisso efetivo com o ajuste fiscal, os títulos pós-fixados podem voltar a ganhar relevância no mercado.
Fonte: E-Investidor
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